Os ataques racistas em uma rede social contra a jornalista Cristiane Damacena, 25 anos, foram reportados à Polícia Civil. A ocorrência foi registrada na última quinta-feira (30/4), na 26ª Delegacia de Polícia, em Samambaia, que investiga o caso.
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O caso da brasiliense repercutiu nas redes sociais esta semana. A foto, publicada em 24 de abril, vem recebendo dezenas de comentários preconceituosos desde o dia 29. "Quanto está esta escrava?" e "macaca" são apenas alguns exemplos das duras ofensas. Procurada pela reportagem, Cristiane preferiu não comentar e disse que os advogados acompanham o caso.
A publicação soma mais de 17 mil curtidas e 12 mil comentários. Diante da agressão gratuita, internautas se solidarizaram com a jornalista e usaram o mesmo espaço, antes tomado por xingamentos, para ressaltar a beleza de Cristiane e prestar apoio.
Dalila Negreiros, 29 anos, integrante do Nosso Coletivo Negro, do Distrito Federal destaca que este é o primeiro caso de racismo na web que teve grande repercussão em Brasília. "Presenciamos um aumento nos casos via internet. Geralmente, os ataques vinham em comentários de reportagem sobre o sistema de cotas, por exemplo, hoje, esses grupos se reúnem para atacar os negros, principalmente nas redes sociais", explica. "A imagem da mulher negra é muito sexualizada e estereotipada, existe uma tentativa de desqualificar a beleza da nossa cor. A saída é ter uma punição efetiva para este crime", completou Dalila.
Casos recorrentes
"Você já se olhou no espelho? Você é muito feia, parece uma macaca". Essas teriam sido as palavras que uma mulher negra relatou ter ouvido de um agressor, em novembro do ano passado, em uma boate de Águas Claras. A auxiliar em eventos Claudenilde Nascimento Chagas, 30 anos, conta que estava com duas amigas e um amigo, quando o suspeito - um professor universitário - começou a rodear o grupo e assediar uma das colegas. Após a amiga ignorar o rapaz, elas se afastaram e o professor disse que ela parecia uma macaca, e não deveria frequentar lugares como aquele. "Eu fiquei sem reação e comecei a chorar", desabafa. O docente foi encaminhado à 21ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga Sul. Com o registro da ocorrência, o suspeito foi preso por injúria racial e liberado depois de pagar fiança de R$ 1 mil.
Em 2012, uma estagiária da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) registrou uma queixa contra uma de suas superioras. Ela acusou a mulher de tê-la chamado de “macaca”. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar a denúncia. Luana Santos Conceição, 20 anos, tinha a função de distribuir processos. Como os servidores estavam em greve, os documentos se acumularam. No momento em que levou a papelada para a analista de processos Clenilma Borges Santiago, ela teria sido recebida com hostilidade e termos racistas. De acordo com Luana, Clenilma levantou-se e gritou com ela, reclamando do volume de trabalho. “Alguém segura essa macaca. Olha o tanto de serviço que ela jogou na minha mesa”, teria afirmado.
No mesmo ano, a atendente de cinema Marina Serafim dos Reis, 25 anos, sofreu um ataque racista. De pele negra, ela trabalhava na bilheteria quando um homem de aproximadamente 40 anos começou a confusão na fila para compra dos tíquetes. Ele teria chegado atrasado à sessão e queria passar na frente dos demais. Os insultos começaram quando a funcionária disse que ele teria de esperar. “Ele disse que meu lugar não era ali, lidando com gente. Falou que eu deveria estar na África, cuidando de orangotangos ”. O autor dos ataques foi o médico Heverton Octacílio de Campos Menezes, ele fugiu do local após a reação dos clientes. Em 2014 ele foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT )a pagar R$ 50 mil a Marina Serafim por danos morais
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O caso da brasiliense repercutiu nas redes sociais esta semana. A foto, publicada em 24 de abril, vem recebendo dezenas de comentários preconceituosos desde o dia 29. "Quanto está esta escrava?" e "macaca" são apenas alguns exemplos das duras ofensas. Procurada pela reportagem, Cristiane preferiu não comentar e disse que os advogados acompanham o caso.
A publicação soma mais de 17 mil curtidas e 12 mil comentários. Diante da agressão gratuita, internautas se solidarizaram com a jornalista e usaram o mesmo espaço, antes tomado por xingamentos, para ressaltar a beleza de Cristiane e prestar apoio.
Dalila Negreiros, 29 anos, integrante do Nosso Coletivo Negro, do Distrito Federal destaca que este é o primeiro caso de racismo na web que teve grande repercussão em Brasília. "Presenciamos um aumento nos casos via internet. Geralmente, os ataques vinham em comentários de reportagem sobre o sistema de cotas, por exemplo, hoje, esses grupos se reúnem para atacar os negros, principalmente nas redes sociais", explica. "A imagem da mulher negra é muito sexualizada e estereotipada, existe uma tentativa de desqualificar a beleza da nossa cor. A saída é ter uma punição efetiva para este crime", completou Dalila.
Casos recorrentes
"Você já se olhou no espelho? Você é muito feia, parece uma macaca". Essas teriam sido as palavras que uma mulher negra relatou ter ouvido de um agressor, em novembro do ano passado, em uma boate de Águas Claras. A auxiliar em eventos Claudenilde Nascimento Chagas, 30 anos, conta que estava com duas amigas e um amigo, quando o suspeito - um professor universitário - começou a rodear o grupo e assediar uma das colegas. Após a amiga ignorar o rapaz, elas se afastaram e o professor disse que ela parecia uma macaca, e não deveria frequentar lugares como aquele. "Eu fiquei sem reação e comecei a chorar", desabafa. O docente foi encaminhado à 21ª Delegacia de Polícia, em Taguatinga Sul. Com o registro da ocorrência, o suspeito foi preso por injúria racial e liberado depois de pagar fiança de R$ 1 mil.
Em 2012, uma estagiária da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) registrou uma queixa contra uma de suas superioras. Ela acusou a mulher de tê-la chamado de “macaca”. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar a denúncia. Luana Santos Conceição, 20 anos, tinha a função de distribuir processos. Como os servidores estavam em greve, os documentos se acumularam. No momento em que levou a papelada para a analista de processos Clenilma Borges Santiago, ela teria sido recebida com hostilidade e termos racistas. De acordo com Luana, Clenilma levantou-se e gritou com ela, reclamando do volume de trabalho. “Alguém segura essa macaca. Olha o tanto de serviço que ela jogou na minha mesa”, teria afirmado.
No mesmo ano, a atendente de cinema Marina Serafim dos Reis, 25 anos, sofreu um ataque racista. De pele negra, ela trabalhava na bilheteria quando um homem de aproximadamente 40 anos começou a confusão na fila para compra dos tíquetes. Ele teria chegado atrasado à sessão e queria passar na frente dos demais. Os insultos começaram quando a funcionária disse que ele teria de esperar. “Ele disse que meu lugar não era ali, lidando com gente. Falou que eu deveria estar na África, cuidando de orangotangos ”. O autor dos ataques foi o médico Heverton Octacílio de Campos Menezes, ele fugiu do local após a reação dos clientes. Em 2014 ele foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT )a pagar R$ 50 mil a Marina Serafim por danos morais
Este é um País hipócrita. Não aceitam em hipótese alguma que a população negra tenha ascensão social. Se for faxineiro, servente ou pedreiro: para eles tudo bem. Você vai ao exterior e vê em lojas de grife, pessoas negras como: gerentes, atendentes entre outros. Aqui no Brasil quando entramos em um shopping de luxo não vemos as pessoas negras nem trabalhando ora lá consumindo. O Brasil tem mudar e muito. Principalmente reconhecendo legalmente que sua população é quase toda miscigenada. Mudança já!!!!!!!
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