quinta-feira, 14 de maio de 2015

Embora pertençam a mundos completamente diferentes, o aposentado brasileiro se depara com as mesmas dificuldades na hora de se aposentar



Essa matéria é super boa dentro do país em que vivo; ficamos sempre com ponto de dúvida !?
Gostei!!!!!


Aqueles que conseguem acumular recursos para complementar a renda da aposentadoria invariavelmente se deparam com a seguinte questão: quanto eu posso retirar das minhas aplicações financeiras?
Determinar esse valor é uma tarefa de grande importância para aqueles que estão contando os dias para parar de trabalhar, ou pelo menos reduzir a carga de trabalho.
Nos EUA a “regra dos 4%” é amplamente utilizada para se chegar a esse valor. Neste post, vou comentar o resultado de um estudo que mediu a eficiência das principais estratégias utilizadas para se chegar ao valor da retirada na aposentadoria e como o investidor pode aplicar uma metodologia mais adequada.

Regra dos 4%

A regra mais utilizada para determinar a renda complementar anual do aposentado é bem simples. O valor de partida para a aposentadoria é obtido multiplicando 4% pelo saldo das aplicações financeiras acumulado. Por exemplo: o aposentado que conseguiu acumular $ 1 milhão, poderá retirar no primeiro ano $ 40.000 (4% x 1.000.000). Do segundo ano em diante, esse valor será ajustado para inflação. Dessa forma, se a inflação durante o primeiro ano for de 6%, o fluxo de caixa no ano seguinte será de $ 42.400 e assim por diante.
Essa regra é resultado da pesquisa realizada por Bill Bengen em 1994, ou seja, há mais de 20 anos.  Quando foi apresentada, foi bastante criticada. No entanto, tem sido aprimorada e bastante utilizada.

Críticas

Embora a regra dos 4% seja bastante fácil de ser aplicada, ter como base um valor fixo inicial é sua grande falha.
A metodologia não leva em conta as mudanças importantes que ocorrem ao longo do tempo como o aumento da expectativa de vida e os movimentos do mercado que vão impactar o desempenho dos investimentos.

Incertezas
As taxas de retorno que serão praticadas no futuro e o tempo que os recursos deverão durar são as maiores incertezas e fatores de preocupação de investidores e planejadores financeiros. Assim sendo, é difícil determinar com exatidão a renda que pode ser gerada pelos investimentos e que eliminaria qualquer possibilidade de o aposentado ficar sem dinheiro. No entanto, é possível adotar uma metodologia mais eficiente do que a regra dos 4%.

Estudo mais recente

De acordo com David Blanchett, da Morningstar Investment Management, muitos estudos foram realizados para definir o quanto o aposentado pode sacar de seus investimentos, porém pouco foi feito para comparar a eficiência relativa das diferentes estratégias.
Em seu trabalho (clique para ler), Blanchett criou uma medida para determinar a taxa de retirada mais eficiente.
Os resultados alcançados são bem intuitivos. Dado que os retornos de mercado e a mortalidade são variáveis aleatórias, os modelos que levam probabilidades em conta produzem resultados melhores.

Resultados

Os resultados obtidos na avaliação das cinco estratégias mais utilizadas sugerem que o método mais comum empregado, a regra dos 4%, não é eficiente. O objetivo principal desta estratégia se concentra no fluxo de caixa e não leva em consideração os retornos da carteira.
Na vida real, se os retornos da carteira forem muito baixos, a retirada anual deve ser reduzida, para assegurar que o dinheiro dure por toda a fase de aposentadoria. O inverso também é verdadeiro. Se os retornos forem altos, a renda complementar poderá ser aumentada.
Fazer ajustes nos valores retirados, de acordo com cada momento, garante que a renda complementar dure o tempo necessário para garantir uma aposentadoria tranquila. Todavia, a estratégia ótima de retirada incorpora as estatísticas de mortalidade e com ela o percentual de retirada é determinado com base em probabilidades.

Como se planejar

O modelo ideal para calcular a retirada das aplicações financeiras na aposentadoria não é fácil de ser empregado pelo investidor. Uma sugestão do autor do estudo, como alternativa razoável, porém que incorpora taxa de mortalidade, é dividir 1 pelo tempo restante de expectativa de vida.
Por exemplo, com base na tabela de expectativa de vida americana AT-2000, a expectativa de vida para uma pessoa de 65 anos é 28 anos. Através desse método, a retirada no primeiro ano seria 3,6% (1 /28).
Dado que o período de aposentadoria é reduzido a cada dia, o valor de retirada do segundo ano será baseado numa nova expectativa de vida e, consequentemente, a retirada será um percentual maior.

Concluindo

Embora pertençam a mundos completamente diferentes, o aposentado brasileiro se depara com as mesmas dificuldades na hora de se aposentar. Não temos nenhuma metodologia especifica para o nosso mercado, mas adaptações às técnicas testadas podem ajudar-nos a definir o valor de retirada das aplicações financeiras na aposentadoria.
Como vão seus planos para a aposentadoria? Você já está pensando o quanto poderá retirar anualmente ao se aposentar?
Se você tem alguma dúvida sobre como planejar seus investimentos para a aposentadoria, entre em contato comigo através do canal Fale com a Sandra, no site da Órama.

Nota: Esta coluna é mantida pela Órama, que contribui para que os leitores do Dinheirama possam ter acesso a conteúdo gratuito de qualidade.



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