Discurso da presidenta da República, Dilma Rousseff, na
cerimônia de entrega de 2.932 unidades habitacionais dos Residenciais Carlos Marighella e Carlos Alberto Soares de Freitas, do Programa Minha Casa Minha Vida - Rio de Janeiro/RJ.
Bom dia, aqui, a esse pessoal tão amigo e caloroso de Maricá.
Queria cumprimentar a Adriana, a Domingas, a Magali, a Michele, a Cátia e a Dilma, que receberam as chaves em nome dos 3 mil que aqui estão. Queria entregar a cada uma de vocês, a cada um de vocês a chave. Não é possível, eu entreguei para cinco. E quero dizer para vocês que para mim é uma honra e uma alegria estar aqui.
É uma honra porque eu tenho certeza que aqui tem famílias que vão ter a sua oportunidade. E é uma alegria porque é uma festa. É a festa da casa própria, do sonho da casa própria. Para mim, também é uma honra porque vocês colocaram aqui os nomes de duas pessoas importantes na história do nosso País. Um grande lutador, um grande guerreiro, vocês colocaram o nome dele nos muros dos lares de vocês. Era uma pessoa que não só era um lutador, mas era uma grande pessoa humana. Eu me refiro a Carlos Marighella. Mas do fundo do meu coração - eu, inclusive, no avião perguntei para a presidente da Caixa: ‘Quem botou o nome de Carlos Alberto Soares de Freitas no outro residencial?’ E ela me disse que foi o prefeito. Então, eu agradeço ao prefeito. Por que eu agradeço?
Porque Carlos Alberto Soares de Freitas foi mais do que um amigo, foi um irmão, um irmão que eu tive durante a minha juventude. Nós lutamos juntos, nós queríamos um país mais democrático. Um país em que as pessoas tivessem voz, tivessem vez e, sobretudo, tivessem sua casa própria. Por isso, eu me sinto mais do que honrada, eu me sinto emocionada. Estar aqui, quero dizer para vocês, toca lá no fundo do meu coração, porque me faz lembrar, a memória traz para mim a lembrança de toda a minha juventude e também das lutas democráticas e de resistência do nosso País. Carlos Alberto Soares de Freitas foi morto sob tortura e, eu não poderia deixar, primeiro de vir a Maricá, depois de participar de uma festa de homenagem a esses dois grandes brasileiros que honram a nossa história.
Queria cumprimentar um grande parceiro do governo federal, um grande administrador, uma pessoa com uma seriedade, mas também com uma generosidade do tamanho dele, queria cumprimentar o nosso querido governador Luiz Fernando Pezão.
Vocês sabem que, ao longo da vida política, nós também somos gente. E a gente estabelece, além de relações institucionais, a gente estabelece relações de cooperação, relações de companheirismo, de amizade. E quero dizer a vocês que eu reconheço no governador Pezão uma das grandes lideranças desse País.
Queria cumprimentar o meu querido ministro das Cidades, que falou aqui para vocês, Gilberto Kassab.
Queria dirigir um cumprimento todo especial e agradecer também ao prefeito de Maricá, Washington Quaquá. O Washington Quaquá vai transformar, porque aqui nós temos o quê? Agora nós temos as casas, elas são importantes, são fundamentais. Agora, as casas, elas só ganham vida quando as famílias entrarem.
Então, aqui vai ser transformado e aqui tem um bom astral. Você chega aqui, você nota, tem um bom astral. Mas o astral vai ficar melhor quando vocês entrarem nas casas. Então, eu conto com isso. Mas eu conto também com o apoio do prefeito Quaquá que me disse - ele que me disse - que vai apoiar aqui essa população para que, na chegada de vocês, vocês tenham o suporte para transformar ainda para melhor. Porque quando a gente chega com as famílias, é o lugar que a gente vai viver, a gente tem que cuidar. E é isso que eu acho fundamental e parabenizo o prefeito Washington Quaquá e a primeira-dama, a Rosangela Zeidan. Saibam vocês que vocês podem contar com ela, vocês sabem disso mais do que eu. Mas não custa alguém aqui também falar isso. E vocês podem contar com ela e com uma pessoa que é uma colaboradora dela, que é a nossa querida Lurian, filha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Cumprimento a minha querida Benedita da Silva, deputada federal, e o deputado Fabiano Horta,
Os deputados estaduais Sadinoel e Zaqueu Teixeira,
Cumprimento a presidenta da Caixa, Miriam Belchior,
Dirijo um cumprimento especial a dois prefeitos que também têm desenvolvido conosco uma parceria de primeira: o prefeito e amigo Alexandre Cardoso, prefeito de Duque de Caixas, o prefeito e amigo Rodrigo Neves, de Niterói,
Cumprimento o vice-prefeito de Maricá, Marcos Ribeiro, o presidente da Câmara Municipal de Maricá, o vereador Chiquinho.
E como a gente não pode deixar de notar que tem mulheres hoje dirigindo prefeituras, cumprimento agora a prefeita de Angra, Conceição.
Cumprimento também o chefe da Casa Civil da prefeitura de Maricá, Carlos Manoel Lima. A Lene Oliveira que ajuda a todos nós coordenando o Programa Minha Casa Minha Vida na prefeitura de Maricá,
Queria também cumprimentar o sócio-diretor da construtora Sertenge, responsável pelas moradias dos residenciais aqui dessa região,
Cumprimento senhores fotógrafos, os senhores jornalistas, as senhoras jornalistas e os senhores cinegrafistas.
Mas meus queridos, eu quero dizer pra vocês que cada entrega do Minha Casa, Minha Vida, é para mim um momento especial. É para mim um momento especial porque o Minha Casa, Minha Vida, é a realização de um duplo sonho. Primeiro: é o sonho de cada uma família ter sua casa própria. Segundo: é o sonho de um Brasil muito mais próspero, com mais oportunidades, com mais segurança para criar os filhos, com mais condições de vida saudáveis. O que nós estamos falando aqui, nós não estamos falando de concreto, de tijolo, de alumínio, de telhado, nós estamos falando aqui de vida, de vida melhor. E vida melhor para todos. Mas eu sempre considero que o Minha Casa, Minha Vida é, sobretudo, um programa para crianças e jovens. Para as mães que cuidam das crianças e dos jovens, para os pais que se preocupam com suas crianças, com seus jovens. Enfim, para todos aqueles que cercam o futuro desse País que está nessas crianças.
Por isso, eu tenho consciência que o programa Minha Casa, Minha vida, ele tem um valor imenso para meu País, para o nosso País. Essas 3 mil famílias que agora entram e vão tomar posse das suas casas, vão lá abrir a porta, vão abrir a porta, e vão entrar e vão ver o que eu vi. O que eu vi, porque agora há pouco eu estive em uma das casas. E eu olho, porque vocês sabem, a gente tem que cuidar, a gente tem que cuidar. Assim como vocês cuidam, eu também tenho que cuidar, tenho que ver se está certo. O que é que eu olho? Eu olho se o chão está com uma cobertura adequada. E aí, nós, óbvio, preferimos uma cobertura mais fácil de limpar, é toda em cerâmica. Olho se colocaram direitinho os azulejos, tanto no banheiro quanto na cozinha. Se as janelas têm abertura suficiente para tornar as casas mais claras, cheias de sol, por que isso faz bem para a saúde. Então, eu quero dizer para vocês que a gente sempre aprende, a cada dia a gente aprende. Nós aprendemos muito do primeiro para o segundo programa, aumentamos o tamanho das janelas, aumentamos o tamanho das portas. Do segundo para o terceiro, que vai vir, nós também vamos aprender. Agora, eu tenho certeza de uma coisa, vocês têm que se organizar, vocês têm que criar condomínios, vocês têm que cuidar. Porque quem constrói a casa, quem constrói as condições de moradia de um residencial, são as pessoas que vivem nele. Agora é a vez de vocês. E eu sei que ninguém chegou aqui sem esforçar e sem trabalhar. Vocês chegaram aqui se esforçando e trabalhando, vocês chegaram aqui lutando pela vida, se esforçando. Mas vocês receberam uma oportunidade, e oportunidade é aquilo que o governo tem obrigação de construir para as pessoas. O nosso País fica melhor, a nossa democracia fica mais forte quando a gente garante oportunidade para cada um construir a sua vida.
Por isso, o meu governo está comprometido com esse programa Minha Casa, Minha Vida. Está comprometido também por um outro motivo, que a gente tem que lembrar. Porque fica falando assim, oh: “estamos passando algumas dificuldades econômicas, o programa vai acabar”. Vou explicar para vocês porque não vai, não. Não vai, não, primeiro, porque é importante para o povo brasileiro, para aquela parte do povo brasileiro que não tinha oportunidades, para quem ninguém olhou. Então, por isso não vai acabar. Mas não vai acabar também por outro motivo. Aqui, além de a gente construir casa, a gente cria emprego. Aqui, a gente além de construir casa e criar emprego - porque houve trabalhadores e trabalhadoras que construíram essas casas junto com os empresários. Então, além disso, aqui gira a roda da economia, porque quando você vai comprar e vai fazer uma casa, um residencial, você precisa de tijolo, de areia, você precisa de cimento, você precisa de alumínio. Cada uma dessas partes também contrataram pessoas, criaram empregos, pagaram salários, geraram renda e fizeram a roda girar, a roda da economia. Porque aí, as pessoas quando têm trabalho, quando têm renda vão lá e compram lá no supermercado, lá na loja. E aí a roda continua girando. Por isso, não há hipótese do Minha Casa, Minha Vida não continuar. Nós iremos fazer, sim, o Minha Casa, Minha Vida 3.
E aí, quero contar para vocês uma coisa: nós fomos aprendendo. No primeiro, a gente, quando começou, mal conseguia fazer 1 milhão. Por que? Porque não tinha programa de habitação popular no Brasil. Foi lá em 2009 que, no governo do presidente Lula, ele me chamou e disse: “Vamos fazer um programa.” Quando eu conversei, eu comecei a conversa para fazer o programa, queriam fazer só 200 mil casas. Nós insistimos: “não, vamos fazer 1 milhão”. Foi uma dificuldade. Agora, na segunda etapa, já eu era presidente. Aí eu falei: “vamos aumentar, vamos para 2 milhões e 750 mil casas. E aí, nós fomos aprendendo. Nós quem? Os empresários que fazem, os trabalhadores, as empresas que fornecem, todo mundo aprendeu um pouco.
Por isso, no Minha Casa, Minha Vida 3, nós estamos querendo aumentar um pouco, nós iremos para 3 milhões, 3 milhões. Esses 3 milhões vão somar com os 2 milhões e 750 mil da fase 2 e 1 milhão da fase 1, e nós vamos chegar a quase 7 milhões de moradias até 2018. Por que é que eu estou falando isso para vocês? Porque eu estou pegando essa oportunidade para esclarecer sobre um programa que é um programa de sucesso, é um programa de sucesso.
Hoje eu soube que falavam que aqui não tinha eletricidade. Não é verdade. Vocês podem ver que os postes com energia elétrica estão todos disponíveis. Mas a gente só liga energia elétrica para cada um dos moradores. Porque não tem como a empresa de eletricidade ligar para todos ao mesmo tempo. Vai sendo pedido e vai sendo ligado, não tem atraso. É sempre assim, em todos lugares.
Então, eu quero dizer que estou muito satisfeita de estar aqui. Mas eu também estou muito satisfeita de estar aqui em Maricá porque aqui nós batemos alguns recordes. Nós construímos 6 mil moradias, não é, Quaquá? Construímos, o governo federal através do programa Minha Casa, Minha Vida, obviamente, com ajuda dos prefeitos, do prefeito, do governador, nós aqui estamos construindo, construímos 6 mil casas, 97% dessas 6 mil nós já entregamos.
E quero dizer que nós estamos, hoje, no Brasil, fazendo um grande esforço para o País voltar a crescer, para a gente controlar a inflação. Nós estamos em uma travessia, travessia. Daí a importância também do Minha Casa, Minha Vida. Mas aqui eu escutei uma referência a um programa, que eu posso dizer para vocês, que eu tenho imenso orgulho dele, que é o Mais Médicos. Por que é que eu tenho orgulho do Mais Médicos? Porque quando nós começamos esse programa, mais de 63 milhões de brasileiros não tinham acesso à atenção básica de saúde. Chegavam em um posto médico e não tinha médico para atender. Nós estamos hoje chegando a atender essas 63 milhões de pessoas com o Mais Médicos. Aqui, aqui em Maricá, nós temos 14 médicos do programa Mais Médicos que o governo federal dá sustentação.
Outra coisa que eu tenho orgulho aqui foi mencionada pelo Quaquá, que é o Instituto Federal de Educação. Os institutos federais de educação cumprem esse papel de chegar perto das pessoas, de ir lá e ficar perto de onde as pessoas, os jovens precisam estar, que é perto da sua comunidade, perto da sua moradia. Então, também tenho muito orgulho desse Instituto Federal de Educação, porque melhora a vida dos jovens, dá uma perspectiva, combinando trabalho com estudo. E isso é o que nós queremos para que nossos jovens não sejam vulneráveis à violência, e ao crime e às drogas.
Mas, finalmente, eu quero dizer para vocês, hoje é um dia de festa. E no dia de festa a gente tem balões. Mas eu quero dizer mais uma coisa, além de balões, o coração da gente enche de alegria. O meu coração hoje, sexta-feira, no final dessa semana de trabalho, eu ainda vou trabalhar de tarde, quero dizer para vocês que eu fiquei com o coração cheio de alegria ao descerrar aquela placa e, ao olhar lá - eles tiraram ela daqui, é por que ele olhou procurando onde é que estava a placa, tiraram. Mas aqui tinha uma placa, e nessa placa estava escrito que são quase 3 mil moradias e que essas 3 mil moradias vão ser ocupadas por famílias, por homens, mulheres, sobretudo, por crianças e jovens. E aqui vai ser um lugar muito melhor para vocês viverem. E, sobretudo, porque agora além da Minha Casa, Minha Vida, vocês têm uma coisa que a gente tem que sinalizar para vocês, vocês têm um patrimônio, patrimônio. Vocês têm uma coisa que vai se valorizar. Por isso, cuidem dele, não vendam, mantenham e transformem muito mais. Porque quem pode fazer isso não somos nós, é a força, a energia, o vigor e, sobretudo, a determinação de cada mulher e de cada homem aqui dentro. E mulher adora, nós gostamos disso, de criar conforto, acolhimento.
Então, quero dizer para vocês muitas felicidades e vivam felizes aqui. Um abraço.
Discurso da presidenta da República, Dilma Rousseff. " Em Maricá " Rio de Janeiro.
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