quinta-feira, 29 de outubro de 2015

O poder que gera poder... No Brasil, não existe racismo, isso é uma invenção o sistema diz isso; O que existe aqui no Brasil e no mundo a fora é o seguinte; se você tem mais " Dinheiro, riquezas, poder, influência, goza de uma vida de ostentação, não importa da onde vem essa condição ", você é aceito com honrarias, mas se for contrário a isso, você é um nada no meio da multidão... Isso sim é racismo.


Onde você guarda o seu racismo?

Jornalista/Repórter. Rubenn Dean. rj

Minha Opinião:

No mundo existe racismo e não se pode negar, e se negarmos estaremos mentindo para nós mesmos.

Vamos ao Surf:
Nem precisa ter muito o que comentar sobre a posição do negro no mercado publicitário, lembrando que as grandes e boas marcas nunca investe em negros; para eles negros não vende revistas, nem roupas, somente os brancos. É a verdadeira realidade. 

Negro não surfa?
Por que há tão poucos surfistas negros no circuito profissional?
Já surfei e nunca vi discriminação por parte dos surfistas ser negro, vejo sim que a falta de patrocínio é a principal razão de haver poucos negros nos esporte. Uma vez que os anunciantes (em sua maioria marcas de roupas) não associam suas marcas aos consumidores negros, basta ver os anúncios em suas revistas.
E todos sabemos que sem patrocínio e quase impossível se manter no circuito.

No Brasil, não existe racismo, isso é uma invenção o sistema diz isso; O que existe aqui no Brasil e no mundo a fora é o seguinte; se você tem mais " Dinheiro, riquezas, poder, influência, goza de uma vida de ostentação, não importa da onde vem essa condição ", você é aceito com honrarias, mas se for contrário a isso, você é um nada no meio da multidão... Isso sim é racismo.


 Invariavelmente motivado por algum episódio do cotidiano. 
Recentemente assisti a um seminário corporativo sobre educação, no Rio de Janeiro. Para falar do “atraso” brasileiro, um dos palestrantes citou que há “uma questão genética” envolvida, mas sem entrar em detalhes, apenas citou. Na sequência, outro especialista se pôs a fazer uma comparação entre “migrantes negros” e “migrantes judeus” na Praça Onze carioca (destruída nos anos 1940 para a passagem da atual Av Presidente Vargas), para então concluir que, no passado, uns fizeram “samba” e os outros, “livros”. Daí o palestrante, na verdade um consultor e diretor de museu de arte relativamente conhecido, partiu para uma sugestão de estatística: de 50 negros quantos permaneceram pobres, e dos 50 judeus, quantos?, deixando a intriga no ar da sala climatizada.
Nessa hora fui embora. Não sei o que mais me incomodou, se o teor da palestra (me imaginei no Alabama norte-americano dos anos 1950) ou se o fato de ninguém na plateia ter esboçado uma reação. Entre os mais de 60 participantes, economistas, jornalistas, analistas, sequer uma cara de estranhamento, uma sobrancelha arqueada. Nada. Voltei para casa inquieto. 
Até onde vai o racismo oculto no Brasil e sua tácita aceitação?

A questão me intriga há muito anos. Fui, em 2005, assessor de comunicação de uma campanha anti-racista que tinha como mote exatamente a pergunta que dá título a este post. A campanha foi motivada por uma pesquisa que mostrava que 87% dos brancos brasileiros diziam que há racismo no Brasil, embora apenas 4% admitiam ter este sentimento. Como se fôssemos um país racista, sem racistas. A novidade é que tratou-se, à época, de uma campanha majoritariamente de pessoas brancas voltada para a população branca. Brancos (e não só negros) apareciam nas peças publicitárias.
Depois disso, e ao longo de 5 anos, me dediquei a um doutorado na PUC-RJ que me permitiu aprofundar a reflexão sobre o racismo. Me pus a investigar o desaparecimento no meio urbano carioca por mais de 200 anos, e depois sua “descoberta” arqueológica em 2011, do antigo mercado de escravos do Valongo, o maior do gênero que existiu no Brasil escravista. Comecei a pesquisar em 2009 quando descobri que no local onde operou o mercado, no atual bairro da Saúde, e pelo qual passaram cerca de 1 milhão de africanos, não havia sequer uma placa ou memória instituída. A pergunta inicial que guiou meu trabalho detetivesco foi: como o maior mercado de escravos do Brasil pode desaparecer da superfície urbana do Rio de Janeiro sem deixar rastros por  quase dois séculos? Para quem quiser saber mais, o trabalho está aqui.
Claro, de certa forma o quadro mudou em 2011, quando, no esteio de amplas reformas urbanas na área portuária, o Projeto Porto Maravilha,  o lugar associado ao antigo mercado foi escavado e integrado desde então a um circuito da celebração da herança africana, de cunho pedagógico e turístico, criado pela Prefeitura. OK, mas e os 200 anos anteriores de esquecimento, o que nos revelam?
Pensava nisso enquanto ouvia aquele senhor grisalho, um consultor & diretor de museu intelectualizado, proferir aquela comparação esdrúxula e obviamente racista sobre “migrantes” negros e judeus, a começar pelo fato evidente e não citado por ele de que os primeiros não vieram ao Brasil por livre e espontânea ao longo de mais de 300 anos de historia, mas como escravos. 
Na verdade, e esta foi uma conclusão a que cheguei vendo o consultor desfiar suas teses ao microfone, o racismo brasileiro tem essa característica peculiar: ele é oculto. Ninguém reagiu na plateia por que existe uma negação da atitude racista, ela não é assumida por quem a pratica e muitas vezes sequer percebida, ao mesmo tempo que sentida na pele por quem a sofre, frequentemente calado. 
Não há racismo no Brasil, de fato, mas ‘racismo brasileiro’, o que lhe imprime, desde sua raiz, a marca da ocultação. Por isso é um problema tão difícil de lidar. Herança de  séculos. Expô-lo, reconhecê-lo, me parece o melhor caminho para livrar-nos deste mal. 
E qual era o nome deste consultor racista? Em qual seminário foi? Por que não digo? Para não embaçar a reflexão, torná-la acusatória, uma peça de polêmica fácil. Para não fulanizar uma questão de fundo. O consultor racista do episódio deste post pode estar em qualquer lugar, ser qualquer um. Quem sabe, se cegos, passemos a enxergá-los?

Um comentário:

  1. O poder que gera poder... No Brasil, não existe racismo, isso é uma invenção o sistema diz isso; O que existe aqui no Brasil e no mundo a fora é o seguinte; se você tem mais " Dinheiro, riquezas, poder, influência, goza de uma vida de ostentação, não importa da onde vem essa condição ", você é aceito com honrarias, mas se for contrário a isso, você é um nada no meio da multidão... Isso sim é racismo.

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