CPI DISCUTE MELHORIA DO ABASTECIMENTO DE ÁGUA EM NITERÓI E SÃO GONÇALO -
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) que investiga a crise hídrica no Estado e a transposição do Rio Paraíba do Sul pediu à Secretaria de Estado de Ambiente (SEA) que aprofunde os estudos do projeto que prevê a construção de uma barragem no Rio Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu, na região Serrana. O projeto é defendido pelo governo como solução de abastecimento para os municípios de Itaboraí, São Gonçalo, Tanguá e Niterói, na Região Metropolitana.
Durante a reunião, nesta quinta-feira (06/08), o coordenador de Especialização em Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), Adacto Ottoni, apresentou um projeto alternativo à construção da barragem. Segundo a SEA, o projeto original está orçado em R$ 200 milhões.
De acordo com o presidente da CPI, deputado Luiz Paulo (PSDB), já existe um déficit de dois mil litros de água por segundo e precisa ser encontrada uma solução para a diminuição do abastecimento de água na região. "O fato concreto é que o sistema Imunana-Laranjal está produzindo menos água do que a população precisa, e o que a CPI propõe é que a solução seja a melhor do ponto de vista social, ambiental e econômico", defendeu o parlamentar.
Impactos
O professor Adacto Ottoni defendeu intervenções alternativas para solucionar o problema da falta de água. "A barragem vai gerar impactos negativos preocupantes como a retenção de sedimentos, vai piorar a qualidade da água com a produção de algas e vai afetar a biodiversidade do Rio. Minha proposta é investir em uma obra com sustentabilidade ambiental, que recupere a bacia hidrográfica e acumule água no reservatório da natureza", explicou Ottoni. Segundo ele, o custo dessa intervenção seria mais baixo do que o valor do projeto proposto pelo governo.
Segundo o subsecretário de Projetos e Intervenções Especiais da Sea, Antônio da Hora, foram feitos vários estudos ambientais para aumentar o abastecimento de água na região e a construção da barragem é a melhor alternativa. "Classifico como equivocada a proposta do professor da Uerj. A Secretaria está aberta a novos estudos, mas essa proposta isolada não atende as necessidades", disse Antônio da Hora. Segundo ele, o projeto não será realizado antes de uma conversa com os moradores e produtores da região impactada.
Matéria da Alerj.
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